domingo, 21 de março de 2010

Só um mero depoimento...

A minha vida toda sempre gostei de música. É legal ouvir minha mãe recordando histórias da minha infância onde, entre minhas principais diversões estavam cantar junto com as aberturas de novelas, ou criar um mini-palco no quinta de casa, reproduzindo o extinto programa de TV Globo de Ouro, onde eu bancava o apresentador, usando uma vassoura como se fosse um microfone em meu mundo do "faz-de-conta".
Certo dia eu ouvi uma frase que marcou muito: "A música não é desse universo". Mas só fui me dar conta de sua veracidade quando em 93 eu comecei a ouvir um som que me chamou a atenção.  A música chamava-se "Do You Believe In Us" e não parava de tocar nas rádios. Eu acho que o que diferenciava essa música das outras (e olha que a época havia coisas boas como "Ordinary Love"/Sade, "Come Undone"/Duran Duran ou "Two Princes"/Spin Doctors) eram a paixão e a verdade que o cantor (que até então eu não sabia de quem se tratava) conseguia imprir na canção.
Passei então a observar que já havia uma outra música (Just Another Day) que já tocava havia um certo tempo e que seria desse mesmo cantor, ou seja: Era um cara que, de certa forma, estava construindo uma história.
Em julho daquele ano eu viajei para a cidade do Rio de Janeiro. A última vez que eu tinha visitado a cidade maravilhosa era muito pequeno e nem me lembrava muito. Por isso a viagem era tão especial. De certa forma "Do You Believe In Us" acabou se tornando uma trilha sonora desse meu passeio, fazendo com que eu passasse a me tornar fã do cantor Jon Secada.
Retornando a minha cidade, passei a pesquisar mais sobre o artista, foi quando ganhei de presente uma fita K7 (original) do primeiro álbum de Jon. Me afeiçoei de cara à compilação, ouvido todas as faixas à exaustão. Logo depois sua primeira e emblemática vinda ao Brasil, cercada de grandes acontecimentos (eliminatórias da Copa, comparação ao Romário...) ajudaram a concretizar essa minha empatia ao cantor.
Em 94, Secada lançou o álbum "Heart Soul & A Voice" e, inicialmente eu adiquiri uma fitinha pirata que possuia 12 faixas. Certo dia eu ouvi em uma rádio a música "Mental Picture" que, por acaso, não constava da minha intrépida fitinha. Como à época eu entendia que o álbum "Heart" só possuía mesmo 12 faixas (como no álbum anterior), achei que se tratava de um novo álbum já gravado em sequencia pelo Jon, até descobrir que havia sido trapaceado pela pirataria (antes mesmo da proliferação dos CDs). Então comprei o CD original.
A partir dessa época, Jon Secada já não tocava mais em rádios como no ano anterior. Foi então que eu passei a exercer a inusitada (e bizarra) atividade de monitorar as vezes em que suas músicas eram tocadas. Foi daí que eu descobri minha paixão pelo rádio e acabei me tornando radialista.
Segui acompanhando a carreira de Jon Secada ao longo dos anos que se sucederam, tendo suas músicas como parte integrante da trilha sonora da minha vida: Secada/97 (Nascimento do meu filho), Better/2001 (Novo emprego e novos caminhos na vida), Same Dream/2005 (Redescoberta/Pós-rompimento).
No ano passado veio a notícia de que Jon gravaria o primeiro DVD oficial de sua carreira justamente no Rio de Janeiro. Olha, não dá pra ter noção de como isso foi emblemático para mim. Foi como se agora tudo fizesse sentido. Infelizmente não pude estar no show por ter ficado sabendo muito em cima da hora e não ter conseguido me programar, mas quando tive a oportunidade de assistir ao DVD (Stage Rio) que resultou daquele show, me senti como se estivesse lá, compartilhando aquela energia única e vibrante.
Ao ver pessoas comuns, novos, velhos, pais de família, amigos de Orkut... entoando quase que em uníssono as canções do show de "fora-a-fora", pude constatar emocionado que não estou sozinho nessa famigerada luta contra preconceitos bobos e absurdos, por escolher ser fã de um cantor que não aparece nas revistinhas de fofocas ou das menininhas fúteis, só porque optou por transformar o que vem da alma em canção, sem se importar se isso iria ou não aparecer nos hit-parades da vida.
Valeu Jon. Obrigado por me presentear com sua bela música, capaz de me fazer acreditar que a vida pode ser melhor do que realmente é.

Nenhum comentário:

Postar um comentário